Mamãe, coragem
maternidade, amor, textos e muitas noites em claro...
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017
Enxoval: Parte 2
Como falei no post anterior, tive algumas surpresas quanto às compras que fiz para o enxoval de Francisquinho, mas, como cada caso é um caso para determinados produtos, vou deixar alguns que não usei na lista, mas colocando as devidas ressalvas ao lado, ok?
COMPRAS MAIS $UBSTANCIAIS:
- berço (caso o quarto do seu filho não seja montessoriano);
- bebê-conforto (importantíssimo, pois o neném já sai da maternidade acomodado na cestinha e deverá andar de carro SEMPRE sentadinho ali dentro até 1 ano de vida);
- carrinho de bebê (mil modelos, mil marcas, mil preços: apenas PESQUISEM MUITO antes de fazer essa compra. Talvez esta tenha sido a minha escolha mais difícil do enxoval);
- cadeirinha de descanso (ajuda MUITO quando a gente quer que o bebê fique um tempinho fora do braço. Principalmente aqueles filhos que odeiam o carrinho, como o meu);
- babá eletrônica (como viver sem ela? Sério, acho que depois da máquina de lavar louça, talvez essa seja a melhor invenção do homem. Ela dá a nós a liberdade de viver sem a paranoia do filho acordar, se esgoelar e você não ouvir. Se der, compre!);
- kit-berço (há mil controvérsias a respeito desse item: que pode sufocar o bebê, que ele pode escalar e cair do berço, que junta poeira etc. No meu caso eu só posso dizer que sempre evitou muitas cabeçadas de Francisco nas grades do berço, pois meu filho se mexe MUITO ao dormir. Não dava para não ter algo amortizando essas cabeçadas ou ele se machucaria de verdade. Tentei a tela respirável, mas ela não tem esse alcochoado que amortiza as pancadas, por isso não deu certo);
- luminária/quebra-luz (especial para os momentos de amamentação da madrugada. Imagina se a toda mamada você tivesse que ACENDER a luz na cara do seu filhote?);
- banheira de pé (foi a minha primeira compra mais carinha, mas superacertada. Ajuda a coluna da gente, é pratica, fácil de limpar e se tiver tampa com trocador, jisuis, é uma bênção. Especialmente para mim, que não tive um trocador de verdade. Me ajudou muito nos momentos "cocôe escorrendo perna abaixo".)
ROUPAS/PANOS/LENÇOIS:
- bodies (não subestime o poder dessa vestimenta: ela estará com você por MUITO tempo. São práticos, não deixam a barriga do bebê de fora na hora em que você carrega, sacode, balança etc. Tem aberturinha embaixo, que permite trocar a fralda sem causar um transtorno na vida da criança. Quantidades? Acho que uns 10 de tamanhos diferentes já tá bem bom pra começar. Especialmente porque a gente GANHA muitooooooo.
- Toalhas de banho (com capuz e com uma fraldinha de pano acoplada, pois os recém-nascidos tem a pele bem sensível e o tecido de toalha pode irritar. Eu tinha umas 3 quando Francisquinho nasceu. Uma dica: hpa tamanhos diferentes, logo, não compre todas elas muito pesquenas, pois se perderão muito rápido);
- Fraldinhas de pano (quando mais, melhor!! Usa pra TU-DO. Acredite! Meu enxoval contou com umas 20 e comprei muitas outras depois. Como são baratinhas, mete bronca aí!)
- Lençol de berço (tenho uns 4 lençóis de elástico e não uso lençóis de cobrir por questões de segurança. Prefiro agasalhar bem o bebê com um pijaminha adequado à temperatura)
- Pijamas (comecei o enxoval com 4, mas confesso que comprei mais outros. A verdade é que eu fazia meus próprios conjuntos de roupinhas para dormir: comprei uns culotinhos baratíssimos e ia combinando com blusinhas também baratíssimas);
- Macacão (uns 4 também. Ajudam muito, pois são uma peça única, que cobre braços e pernas e não aperta a cinturinha do neném. Sempre amei vestir Francisquinho com eles quando ele era menorzinho);
- Mantas (usei até uns 4 meses. Tinha muito mais do que consegui usar de fato. Então, recomendo umas duas mantar mais grossinhas (para ambientes com ar-condicionado) e umas 3 mais finas (para forrar superfícies em que o bebê pode ser colocado, inclusive carrinho e bebê-conforto);
- meias (6 a 10 pares de tamanhos diversos. Até uns 6 meses eu usei meinhas no lugar de sapatinhos, pois são extremamente mais confortáveis. Sapato para bebê é coisa que só adulto gosta);
- Luvinhas (4 pares está mais do que bom. Depois de 10 dias eu nem usava mais)
- mamadeiras (recomendo deixar para comprar se for realmente precisar, daí você avalia a quantidade, o tipo de furo do bico, as escovas para higienização e o esterelizador. Tudo SE, SE for precisar);
- kit higiene (favor, tenha um! Consiste em: garrafa térmica para colocar a aguinha morna que limpará a bundinha do neném - evite lencinhos umedecidos nos primeiros 100 dias de vida -, um potinho pra colocar a água que sai da garrafa e duas caixinhas para guardar cotonetes e algodão);
- Balde, bacia, porta-farmacinha, remédios (aguarde, eles virão);
- cabides para roupa de neném.
PRODUTOS DE HIGIENE
- sabonete líquido para recém-nascido (daqueles que lavam da cabeça aos pés);
- álcool 70%;
- algodão (rolos e mais rolos daqueles enormes! Para limpar o bumbunzito do baby);
- lenços umedecidos (inicialmente eu só usava para limpar o neném quando eu estava fora de casa, pois, em casa, eu preferia fazer a higienização com água morna e algodão);
- fraldas descartáveis (a perder de vista! Faça estoque, mas cuidado com as numerações! Eu, por exemplo, ainda tenho vários pacotes de tamanho M porque Francisquinho pulou para o G sem conseguir usar todas as menores. Avalie isso direitinho! Tem uma lista estimativa dessas numerações circulando pela internê).
SUPÉRFLUOS QUE ME FORAM ÚTEIS
- mesinha de canto para colocar o kit higiene no quarto;
- cadeira de balanço para as noites insones de amamentação.
Espero que eu não tenha esquecido de nada. LEMBRANDO que os itens que destaquei são aqueles que julgo necessários para a criança NASCER. Por exemplo, não coloquei babador, pratinhos e colheres porque eles vêm muito depois, ok? Outra coisa, conforme falei no post anterior, descartei alguns produtinhos que são tidos como necessários, mas que, para mim, não funcionaram. Como estou falando da MINHA EXPERIÊNCIA, não coloquei aquilo que não me serviu.
Enxoval: Parte 1
Enxoval parece uma coisa que não tem fim. A gente senta. escreve uma listinha, acha contemplou os mínimos detalhes, mas, quando vê, ainda tem coisa para comprar. Então, meu primeiro conselho para as gravidinhas é: tenta focar naquilo que seu filho precisa para NASCER. Digo, o que o seu bebê vai realmente precisar nos primeiríssimos meses de vida, sabe? Por que estou dizendo isso? Simplesmente porque você não CONHECE ainda sua criança, esta que há de ter algumas necessidades próprias ou não.
Exemplo: bomba de leite. Comprei, experimentei e percebi que para o meu filho aquilo era completamente inútil. Primeiro porque eu estava SEMPRE com ele, segundo porque ele tinha uma pega maravilhosa e terceiro porque minha ordenha manual sempre foi tranquilíssima. Eu demorava muito mais tempo para tirar leite com a bombinha (a minha era a manual, tá pessoal? A outra, elétrica, dizem que é uma glória, mas é cara para dedéu!).
Outro exemplo maravilhoso é a tal da mamadeira. Veja bem, a despeito de todos os estudos que mostram o quanto ela pode atrapalhar no processo de amamentação etc., eu comprei TRÊS kits. Eu SABIA que queria amamentar e que iria fundo nessa missão o quanto fosse necessário, mas, sei lá, confesso que fiquei com medo de matar o menino de fome caso desse algo errado. E foi por isso que comprei um milhão de mamadeiras. Resultado: Francisco não apenas não usou mamadeiras até 6 meses de vida como hoje, aos 10 meses, só gosta de UMA mamadeira que NÃO faz parte desses kits anteriormente comprados.
Mais um exemplo (para deixar o mais didático possível): Almofada de amamentação. Em todos os sites, vlogs, conversas com mães etc., geral me falava que TINHA QUE TER almofada, que ajudava demais a posicionar o bebê na hora de amamentar, que descansava o braço e ajudava a postura da mãe. Acho que eu usei umas 5 vezes, tentanto, mas nunca funcionou muito bem. Francisco tinha posições muito únicas para amamentar nos primeiros meses e depois disso a almofada ficou ainda mais inútil PARA MIM. Algumas mães se deram superbem com a tal almofada... então, parece que cada caso é um caso.
O que eu quero dizer com tudo isso?
Não tente abarcar o mundo com as pernas. Sempre vai faltar alguma(s) coisa(s) e sobrar outra(s) na sua listinha inicial. É o caso de deixar nascer o filho, sabe?
Outra dica importante é ter cuidado com produtos de custo muito alto que estão fora do essencial para o neném vir ao mundo. Como assim? Um berco (se você não for optar pelo quarto montessoriano) é um gasto normalmente alto, mas essencial: a criança precisa ter onde dormir. Ok. Um esterilizador de mamadeiras talvez não seja tão essencial assim. Se você tiver a mesma experiência que eu tive, talvez nunca chegue a usar. Espera a necessidade acontecer.
No próximo post, vou tentar fazer uma lista criteriosa das coisas que comprei e que realmente me ajudaram. Lembrando que seu filho é um e o meu é outro e que você é uma mãe e eu sou outra. Nós algumas demandas bem diferentes. Mas, fica tranquila, as lojas todas continuarão por aí depois que seu neném vier ao mundo. Tem tempo para tudo, gravidinha. Respira!
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017
Culpa, estranha culpa
Faz meia hora que meu filho foi passar o final de semana com os avós e tem um dia que a culpa e sa saudade já tomaram conta de mim.
Pais, em geral, vão precisar aprender rápido a lidar com a culpa. Ela se apresenta nos mínimos detalhes do dia a dia: na febre que a gente não consegue controlar, na comida que o filho não quer, na queda, no choro, na vontade de dormir que toma conta da gente nas madrugadas a fio, em praticamente tudo.
O importante é ter em mente: a gente faz o que é POSSÍVEL. Eu aderi à campanha "sou uma mãe possível", mas a verdade é que a culpa ainda me toma mais do que deveria.
Então, toda vez que meu filho vai passar um final de semana com o pai e/ou os avós, eu fico feliz-triste. Fico contente porque eu preciso daquele tempo para descansar, cuidar de mim, procurar voltar um pouco à minha vida profissional, inclusive, ler, interagir com o mundo, sair ou simplesmente dormir 8h seguidas, Mas, por outro lado, uma vozinha do além fica me dizendo que sou uma péssima mãe por isso.
Sei MUITO BEM que essa voz é um reflexo do machismo que paira na nossa sociedade, que exige da mãe o sobrenatural, que é algo tão ultrapassado quanto mentiroso, mas ainda assim, essa voz se mistura com o sentimento REAL da SAUDADE e consegue me balançar bastante quando Francisquinho se afasta por uns dias de mim.
Venho tentanto colocar na cabeça que esse afastamento é tão importante para mim quanto para ele. Francisco precisa dessa convivência com a família, de criar novos vínculos, de aprender também a entender que eu estou mesmo na ausência, que ele me tem muito além de fronteiras, quilômetros etc. A gente está junto no matter what. E é realmente necessário para mim esse descanso, esse retorno ao mundo real além-maternidade, para que eu possa ser uma pessoa bem melhor para meu filhote.
Como diria aquele brega-filosófico "O mundo gira, o mundo é uma bola". E se a mamãe cochilar, a força centrífuga me joga para fora da roda. É preciso o retorno, é preciso encontrar esse limiar entre ser mãe e ser profissional, amiga, pessoa, e todas as outras vocês que te cabem, inclusive, para garantir dias melhores para seu filho, uma educação equilibrada, juízo no lugar.
Então, quando a culpa bater, pense nisso, só um poquinho: a gente faz o que é POSSÍVEL, o melhor POSSÍVEL. Tem sido meu mantra.
Pais, em geral, vão precisar aprender rápido a lidar com a culpa. Ela se apresenta nos mínimos detalhes do dia a dia: na febre que a gente não consegue controlar, na comida que o filho não quer, na queda, no choro, na vontade de dormir que toma conta da gente nas madrugadas a fio, em praticamente tudo.
O importante é ter em mente: a gente faz o que é POSSÍVEL. Eu aderi à campanha "sou uma mãe possível", mas a verdade é que a culpa ainda me toma mais do que deveria.
Então, toda vez que meu filho vai passar um final de semana com o pai e/ou os avós, eu fico feliz-triste. Fico contente porque eu preciso daquele tempo para descansar, cuidar de mim, procurar voltar um pouco à minha vida profissional, inclusive, ler, interagir com o mundo, sair ou simplesmente dormir 8h seguidas, Mas, por outro lado, uma vozinha do além fica me dizendo que sou uma péssima mãe por isso.
Sei MUITO BEM que essa voz é um reflexo do machismo que paira na nossa sociedade, que exige da mãe o sobrenatural, que é algo tão ultrapassado quanto mentiroso, mas ainda assim, essa voz se mistura com o sentimento REAL da SAUDADE e consegue me balançar bastante quando Francisquinho se afasta por uns dias de mim.
Venho tentanto colocar na cabeça que esse afastamento é tão importante para mim quanto para ele. Francisco precisa dessa convivência com a família, de criar novos vínculos, de aprender também a entender que eu estou mesmo na ausência, que ele me tem muito além de fronteiras, quilômetros etc. A gente está junto no matter what. E é realmente necessário para mim esse descanso, esse retorno ao mundo real além-maternidade, para que eu possa ser uma pessoa bem melhor para meu filhote.
Como diria aquele brega-filosófico "O mundo gira, o mundo é uma bola". E se a mamãe cochilar, a força centrífuga me joga para fora da roda. É preciso o retorno, é preciso encontrar esse limiar entre ser mãe e ser profissional, amiga, pessoa, e todas as outras vocês que te cabem, inclusive, para garantir dias melhores para seu filho, uma educação equilibrada, juízo no lugar.
Então, quando a culpa bater, pense nisso, só um poquinho: a gente faz o que é POSSÍVEL, o melhor POSSÍVEL. Tem sido meu mantra.
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017
sábado, 21 de janeiro de 2017
Da série "Bons pais à serviço da sociedade": Parte 2: Pais de menino X sociedade machista
Para ser honesta,
neste momento, pipocam tantos pontos a serem contemplados na minha
cabeça que eu não sei nem por onde começar. Desde já, perdoem-me
a possível confusão mental e digressões, mas é que escrever sobre
um tema como esse pede uma maturidade de escrita que me falta.
Desde o momento em
que os pais anunciam à família que tem um bebê a caminho, surge o
papo do “e o sexo?”, “é menino ou menina?”. A curiosidade é
completamente compreensível, a vontade de começar a imaginar quem
está por vir é, inclusive, uma parte bem deliciosa da gestação. O
que, definitivamente, não é normal é querer colocar o sexo da
criança como algo determinante para sua criação.
Foi a partir do
quinto mês de gestação que descobri que meu filho tinha um
penizinho ali. Isso não significa – alô, sociedade! - que ele tem
que usar azul, que todos os brinquedos dele deverão ser
“incentivadores” da virilidade masculina, que abolirei a cor rosa
do enxoval, que terei de falar grosso com ele, que ele será
incentivado a esconder toda sua sensibilidade, seus sentimentos, suas
habilidades artísticas ou a vontade, por exemplo, de brincar com uma
boneca – ou mais de uma, se ele quiser!
É preciso,
primeiro, DESEXUALIZAR as crianças. Parem de ver namoro numa amizade
entre crianças, parem de achar que se seu filho quer se fantasiar de
fada, ele vai namorar o vizinho. A imaturidade é dos pais em lidar
com essas situações dessa forma. Crianças são apenas crianças e,
pelo amor de deus, devolvam a elas a ingenuidade que lhes cabe.
Sabe o que
diferencia os pais de menino dos pais de menina? Ao meu ver é APENAS
uma responsabilidade GIGANTESCA de educar aquele cidadão – contra
o tsunami do machismo – a respeitar as mulheres. Esse respeito não
é o que se intitula “cavaleirismo”. “Cavaleirismo” é uma
forma antiquada de machismo disfarçado de gentileza, que apenas
coloca a mulher numa posição de fragilidade/submissão diante do
homem. O respeito de que eu falo é aquele em que o homem se coloca
diante de uma mulher e vê uma pessoa, e não uma vagina, um útero,
“beleza/feiura”, “delicadeza”, “feminilidade” etc.
Se tudo der certo e
eu conseguir levar a cabo meu plano de transformar Francisco numa
pessoa de bem, independentemente do gênero em que ele passe a se
reconhecer, ele DEVE respeitar o outro. No nosso contexto social,
entretanto, infelizmente, é preciso frisar na nossa educação
básica que, muitas vezes, esse “outro” será uma mulher e que
essa mulher ainda se encontra em posição desprivilegiada e que
ignorar isso também é uma forma de machismo. Em outras palavras,
estamos na fase de equilibrar o fiel da balança - AINDA.
Então,
Francisquinho, por aqui, vai precisar entender, das coisas pequenas
às mais complexas – da louça na pia, que não sabe o que é
misogenia, até o direito feminino ao aborto – como as mulheres são
vítimas de maus tratos, que vão dos mais sutis e arraigados na
sociedade até o abuso sexual em si, o estupro.
Francisquinho, se
tudo caminhar bem, não vai virar para a mamãe e gritar “cadê meu
tênis?”. Ele pode chamar o papai também, ou, se idade tiver,
procurar por si só seus objetos, por que não? Francisquinho vai
saber que se ele precisa de uma roupa passada, ele precisa APRENDER a
passar; que mulheres não nascem magicamente habilitadas às tarefas
do lar, que isso foi uma construção cultural, que, se um dia fez
sentido, hoje é algo risível quando imposto. Meu filho há de
compreender que a “brincadeira de boneca” foi um artifício
educacional para dizer assim: “mulheres é que criam filhos”.
Enquanto a “brincadeira de carrinho” diz assim: “o homem
proverá”.
Francisquinho vai
rir disso tudo, mas um riso sério de quem debocha porque não vê a
vida dessa forma; um riso de quem entende que a sociedade mudou –
ou tem que mudar. Ele vai olhar para a mãe e entender bem que a
gente constrói nossa figura social, nosso papel, nossos caminhos;
que não há nada determinado por saias ou calças. E quando alguém
utilizar aquele “argumento riquíssimo” de que “homem é
assim”, ele há de levantar o dedo e dizer que ali está um caso em
que não, em que essa prerrogativa não se aplica. Ele será sim o
diferente.
Os pais de menino
tem essa função IMPORTANTÍSSIMA de não colocar mais um imbecil na
roda. De não vai bater palmas quando um tio questionar sobre a
namorada da vez do filho ou chamá-lo para “caçar” mulheres. Os
bons pais de menino vão explicar exatamente a seu filho que quanto
mais macho ele for às vistas do tio, menos homem ele estará se
tornando. Que colecionar mulheres é uma busca vazia por um
autorreconhecimento no clube do machismo.
E os pais de menina?
Os pais de menina,
no mundo que quero construir com meu filho, vão se sentir mais
tranquilos. Vão parar de dizer às suas filhas que elas precisam
casar, se arrumar para o marido, ter filhos, calar-se diante de
machismos sutis do dia a dia. Porque será um mundo em que as
mulheres não estarão mais submetidas do jugo do pai ao jugo do
marido, que não serão passadas no altar de um ao outro, como se sua
existência estivesse sempre à mercê de barras de calças.
A
mulher, no nosso mundo – né, Francisquinho? -, vai ser o que ela
quiser.
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