quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Culpa, estranha culpa

Faz meia hora que meu filho foi passar o final de semana com os avós e tem um dia que a culpa e sa saudade já tomaram conta de mim.

Pais, em geral, vão precisar aprender rápido a lidar com a culpa. Ela se apresenta nos mínimos detalhes do dia a dia: na febre que a gente não consegue controlar, na comida que o filho não quer, na queda, no choro, na vontade de dormir que toma conta da gente nas madrugadas a fio, em praticamente tudo.

O importante é ter em mente: a gente faz o que é POSSÍVEL. Eu aderi à campanha "sou uma mãe possível", mas a verdade é que a culpa ainda me toma mais do que deveria.

Então, toda vez que meu filho vai passar um final de semana com o pai e/ou os avós, eu fico feliz-triste. Fico contente porque eu preciso daquele tempo para descansar, cuidar de mim, procurar voltar um pouco à minha vida profissional, inclusive, ler, interagir com o mundo, sair ou simplesmente dormir 8h seguidas, Mas, por outro lado, uma vozinha do além fica me dizendo que sou uma péssima mãe por isso.

Sei MUITO BEM que essa voz é um reflexo do machismo que paira na nossa sociedade, que exige da mãe o sobrenatural, que é algo tão ultrapassado quanto mentiroso, mas ainda assim, essa voz se mistura com o sentimento REAL da SAUDADE e consegue me balançar bastante quando Francisquinho se afasta por uns dias de mim.

Venho tentanto colocar na cabeça que esse afastamento é tão importante para mim quanto para ele. Francisco precisa dessa convivência com a família, de criar novos vínculos, de aprender também a entender que eu estou mesmo na ausência, que ele me tem muito além de fronteiras, quilômetros etc. A gente está junto no matter what. E é realmente necessário para mim esse descanso, esse retorno ao mundo real além-maternidade, para que eu possa ser uma pessoa bem melhor para meu filhote.

Como diria aquele brega-filosófico "O mundo gira, o mundo é uma bola". E se a mamãe cochilar, a força centrífuga me joga para fora da roda. É preciso o retorno, é preciso encontrar esse limiar entre ser mãe e ser profissional, amiga, pessoa, e todas as outras vocês que te cabem, inclusive, para garantir dias melhores para seu filho, uma educação equilibrada, juízo no lugar.

Então, quando a culpa bater, pense nisso, só um poquinho: a gente faz o que é POSSÍVEL, o melhor POSSÍVEL. Tem sido meu mantra.

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